Sou Aquela

Sou aquela menina franzina, de família simples

Seu mundo era pequeno: a vila onde vivia,

Com irmãos, avó e os pais.

Tinha casa, comida e amor

Prá que mais?

Pular corda, brincar de casinha

Pega-pega e escolinha

Tinha tudo, uma infância feliz!

Sou aquela mocinha, magrinha e carente

Pra quem um dia, a vida aprontou!

Órfã de mãe, tudo desmoronou,

Mas enfim, sobrevivente!

Vida e alma viradas do avesso,

Tantas perdas, comoção

Juventude, é aflição

Um outro compasso, uma outra lição!

 

Sou aquela jovem mulher,

Que aprendeu a ser forte, consistente

Independente e transparente

Tesouros perdidos, recuperados

Teve seu preço, talvez majorado!

 

Sou aquela mulher, com ânsia por viver

Seus filhos, seu maior querer,

Inspiração

Amor infinito, que lhe faz crescer!

Sou aquela mulher, vaidosa e determinada

Que aprendeu a se reinventar,

Ama e cuida dos seus, sem esquecer do seu bem estar!

 

Agora já sou senhora, cujo tempo ensinou

Que da vida nada levamos, somente o que vivenciamos.

É preciso amar, sem apegar

Mais do que ensinar, inspirar

Felicidade é momento,

Tudo sempre em movimento!

Mágoas te envenenam, a raiva te faz doente

Mil perdões, ao contrário, acrescentam

O afeto é alimento!

 

Sou aquela senhora,

Aprendiz, mas experiente

Desafios são bem vindos

Seus olhos, suas lentes

Palavras borbulham em sua mente,

Vivaz e contente,

Escreve, é persistente!

Só almeja, envelhecer com saúde,

E partir em paz, bem lá na frente!

 

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